Ainda vai valer a pena.




E a gente acredita. E tenta crer, tenta ver, tenta sentir. Ou melhor, tenta não sentir. A gente tenta sorrir. Tenta arranhar o ar com os dentes. Tenta ver além do que as coisas aparentam. Tenta ser mais forte, mais feliz, mais corajosa. Tenta viver.
Sim, a gente tenta passar o tempo com outras coisas. Tenta pegar mais livros pra ler, tenta se apegar mais aos estudos. A gente até consegue — é verdade, só por alguns dias.
Sabe, a gente tenta continuar. Tenta esquecer, fingir que nunca houve nada. Tenta conhecer mais pessoas, mais sorrisos, mais situações. Ou pelo menos fingir que estava conhecendo.
O que a gente não tenta é esquecer aquelas lembranças. E dói. Como dói. Mas não adianta negar. Você não pretende esquecer algo que, mesmo doloroso, te fez feliz um dia. Pode até dizer à todos que está esquecendo, pode até dizer à si mesma, todos os dias, que o esquecimento está próximo. Mas não esquece.
Não se culpe se algo aparentemente prejudicial se infiltrou na sua cabeça. Ainda: não se culpe se essa coisa “prejudicial” te fez feliz um dia (ou ainda faz). Não se culpe se a esperança ainda teima em crescer no seu peito.
Um dia você entende. Um dia você percebe o que te levou a viver tudo isso.

Raíssa Muniz - 04/06/12

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