Apesar da
enorme demora em narrar o decorrer desses 45 dias, cá estou — totalmente
culpada e com uma pilha de livros me encarando de cara fechada —para atualizar
a tag.
As
dificuldades, que antes me pareceram tão pesadas e invencíveis, agora nada mais
são que experiências dignas de recordações. Os estudos, que outrora também
pareciam (admitindo: de certa forma, ainda parecem) fortes demais para mim, já
são vistos como um desafio mais saudável. As surpresas eu pude receber de forma
serena. As decisões eu pude tomar sem aquela velha culpa do dia seguinte.
Julho é, sem
dúvida alguma, um mês (ou uma desculpa) para parar e fazer uma faxina geral.
Nas gavetas, nas estantes, nos e-mails, nas SMS, e enfim, na mente. Mês para
ser usado como artifício para uma encarada no espelho. “E aí, vai desistir
agora?” É o que me pergunto todos os dias, logo ao acordar. E embora meus
sentimentos queiram responder “Sim, desista agora! Já!”, minha mente (que eu
aprendi a usar, olha que beleza) responde de forma convicta: “Não, não desista”.
Sim, as
dificuldades são constantes. Os pensamentos pessimistas assolam minha atenção
de forma rude, mal-educada e sem chances para reparo. Mas não desisto, muito
pelo contrário: persisto. E de repente, mais uma vez, meu coração pergunta “E
por que continua com essa ideia?”. Nesse momento, sei exatamente qual resposta
dar a mim mesma.
Lembro-me da
minha infância, dos sonhos que cultivei lá, dos sorrisos que distribuí e das
promessas que fiz entre bonecas e ursos de pelúcia. Lembro-me das tardes que eu
usava para explorar a casa, passear por corredores e visitar quartos
abandonados. Lembro-me das brincadeiras, da esperança quase que despedaça por
um amigo, por um irmão. Lembro-me dos meus únicos e inseparáveis companheiros:
os livros. E, finalmente, lembro-me daquele sonho que nasceu lá naquele
quartinho cor-de-rosa, assim, de forma simples: cercado por bonecas,
ursos-de-pelúcia e lápis de colorir. O sonho de ser médica.
Lembro-me de
um dos meus brinquedos favoritos: um quite-médico que me foi dado aos 6 anos.
Lembro-me das camisas brancas e de mangas compridas e do meu sorriso que
fantasiava, desde aquela época, ajudar pessoas.
Lembro-me das
quedas, das inúmeras desistências que tive no decorrer do caminho e daquela
vozinha infantil que, por um motivo bem maior que tudo, ainda persiste: “Não
desista. Um dia você ainda chega lá.”
Depois de
toda essa reviravolta, posso finalmente voltar aos estudos em paz. Com força,
com vontade, com fé. E com a certeza cada vez mais presente do meu sonho. Com a
ciência de que os obstáculos serão grandes, mas que o meu esforço recompensará
tudo isso.
E é nesse
momento que tenho convicção ao finalmente relembrar aquela frase infantil que
eu tanto dizia, mas que foi sendo esquecida durante os anos: “A Medicina que me
aguarde”.
Raíssa Muniz - 10/07/2012
Lindo, Ra!
ResponderExcluirA medicina que nos aguarde.
Continue focada. Depois haverá muito chão pra caminhar e barreiras pra ultrapassar.
Muito obrigada, chará! :-D
ExcluirBem sabemos que desde já, já temos muito chão pra caminhar e barreiras pra ultrapassar - afinal, o caminho até o listão de Med é longo. Foco agora é fundamental.
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