Preciosidades de estante: “A Última Batalha” — C.S. Lewis



Não tenho nenhuma palavra para descrever “A Última Batalha” que não seja sinônimo de “excepcional”. O livro trouxe respostas que há tempos eu procurava e pode ser classificado na mesma lista que avaliei “A Viagem do Peregrino da Alvorada”.
Dessa vez deixando sua crença cristã ainda mais clara durante a narração da nova aventura, C.S. Lewis prende o leitor do início ao fim à um enredo que traz diretas ligações com os próprios acontecimentos e profecias citados na Bíblia, Livro Sagrado do Cristianismo.
O livro “Apocalipse” da Bíblia parece se personificar em “A Última Batalha”, levando assim a crença cristã aos leitores mais jovens. É notável a presença desse artifício quando o leitor se depara com a narração do fim de Nárnia por Aslam, o Grande Leão que deu o poder da fala e pensamento a todos os animais, no princípio. Aslam separa animais, humanos e outros seres em dois grupos, remetendo ao Juízo Final propagado pelo cristianismo.
Além disso, todas as personagens que outrora se aventuraram em terras de Nárnia (como Pedro, Lúcia, Edmundo – exceto Susana –, Jill, Eustáquio, Polly, Digory, entre outros) são reunidas no grande julgamento de Aslam.
Fascinadas com aquele mundo, o verdadeiro “país de Aslam”, indagam o grande leão se seriam mandados de volta à Terra, como acontecera em todas as outras vezes.
A resposta do Leão é clara: não, pois estavam mortos e aquela era a terra prometida para eles. A verdadeira Nárnia.
Para quem não acredita veemente na crença cristã, a história pode parecer um tanto fantasiosa e até poética. Não estou aqui para discutir dogmas religiosos, mas acho que vale a pena indicar a leitura. É um livro que merece ser lido atenciosamente e integralmente, para que todos os detalhes sejam digeridos. Se não acredita no que C.S. Lewis tentou passar, que leia pela fantasia. Se acredita na crença cristã, que leia pela beleza e genialidade de Lewis ao transformar uma história tão bela em contos para crianças. De uma forma ou de outra, certamente merece ser lido e relido. Trata-se de uma notável obra e uma grande contribuição para a literatura.

Raíssa Victória Muniz
13/01/13

2 comentários:

  1. Oi, Raíssa

    Tudo bem? Li "A última Batalha" no ano passado e tive algumas percepções semelhantes às suas, no que diz respeito às semelhanças com o Apocalipse. Uma vez li que o CS Lewis era bastante religioso...

    Gostei da forma como ele terminou as histórias sobre Nária e a sua resenha ficou muito boa, direta e acessível!

    Parabéns!

    Beijos,

    Michas
    http://michasborges.blogspot.com

    ResponderExcluir
    Respostas
    1. Oi, tudo bem sim!
      Sim, vi esses comentários sobre o Lewis também. Mas achei bem criativa a forma como ele explorou essas crenças.
      Obrigada pelo comentário!

      Abraço,
      Raíssa

      Excluir