Saldo de 2012: o melhor ainda está por vir.




Dias desses fui pega de surpresa por minha própria consciência. Quando menos esperava, flagrei meu próprio pensamento indo de encontro ao que havia se passado neste ano de 2012. Lembrei-me das conquistas, das descobertas, das viagens, das perdas, dos medos, das pessoas que eu havia conhecido (de verdade) e das que eu tinha rasgado a oportunidade de conhecer.
Impossível foi não lembrar os rompantes. Da ilusão repentina de que desentendimentos poderiam ser resolvidos em conversas de escadas. Da ousadia de tentar fazer o próprio destino; consequentemente, da perda por perceber que, por mais que eu tentasse, ser dona do próprio caminho ainda era algo bem distante da minha realidade.
2012 passou rápido. Rápido demais, até. Lembro-me nitidamente dos planos que eu fazia no Ano Novo passado. Vale ressaltar que praticamente nenhum deles se concretizou. Criei metas fixas, coloquei-as anexadas por todos os lados. O que a vida me trouxe, no entanto, foi algo que eu nunca pensara em pedir.

Algumas coisas simplesmente não passam.




Pseudo-fim-de-ano, pseudo-período de se arrepender, pseudo-tempo de preparar novas promessas para o próximo ano. Mal consegui realizar as metas para este ano e já estou formulando o que farei no próximo. Ainda mais gritantes que isso, são os planos que já faço para daqui a dez, vinte, trinta anos.
A faculdade de Medicina ainda vem em primeiro lugar. A súplica de resolver meus próprios problemas pessoais vem junto com ela. Demorei para perceber isso, mas essa “neurose” que há tanto me acompanha com relação aos estudos tem nome e sobrenome. Data de nascimento também. Se duvidar, prazo de validade acompanha o pacote.
Vontade de resolver tudo é o que não falta. Formas de fazer isso é que são mais escassas. Daí a substituição: um problema pessoal por um sacrifício escolar. Nessa troca, já ganhei muito mais pontos que perdas. Pelo menos é o que ainda teimo em repetir.
Na prática, o sentimento é bem diferente. Tanto estudo, tanto esforço, tanta sede, fome e desespero por um bom futuro profissional apenas escondem um vazio que eu sei que ainda vai me acompanhar na vida pessoal. Vazio, vácuo, falta. Perda. Alguma dessas palavras um dia vai explicar.
Não adianta esconder as próprias fraquezas e vestir uma armadura de força. Não se for mentira. Podem passar anos (como já passaram vários), cursos, conquistas e reencontros. Algumas coisas simplesmente não passam. Algumas pessoas também não.

Raíssa Victória Muniz
07/11/12